Tudo se compra?

- 03/05/2011

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O mundo nunca mais foi o mesmo após a Revolução Industrial. As indústrias estavam se aperfeiçoando e produziam cada vez mais, o que gerou uma disputa por mercados consumidores e, na época, consistiu no estopim de terríveis guerras mundiais. Ainda hoje, período de forte globalização, essas disputas não cessaram, as indústrias só mudaram seu modo de agir.
No lugar da força e da imposição, usam os meios de comunicação para persuadir e alienar as pessoas, levando-as a comprar de forma descontrolada, o que alimenta, assim, o capitalismo selvagem.
O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas. Juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem para suprir a indiferença social, a ansiedade ou a perturbação emocional momentânea, além da baixa autoestima. Esse falso bem-estar que a sociedade pós-moderna vincula ao consumir levou a uma inversão de valores. Trocamos o desenvolvimento de nossas potencialidades humanas pelo acúmulo de bens que logo nos desapontam e precisam ser descartados.
Deixamos de “ser” para “ter”. As propagandas, as facilidades de créditos, o desejo incontrolável e inato do ser humano, tudo favorece o capitalismo, que prega o supérfluo acúmulo de bens.
No entanto, o consumismo, como todo ato exagerado tem consequências ruins. O meio ambiente foi destruído pela poluição, pelo excesso de lixo, pela exploração predatória de suas matérias primas, com a finalidade de alimentar as indústrias. As pessoas se endividam, entram para o tráfico de drogas, para o contrabando. Os políticos, que possuem muito além do que necessitam, ainda não contentes, entram para a corrupção. Todos movidos pela falsa necessidade de consumir mais e mais.
O termo “sociedade do consumo” já pode ser trocado, somos uma “sociedade frustrada pelo consumo”. Enfim, as indústrias venceram, deixamos de ser pessoas para sermos mercado consumidor.


Larissa Bastreghi Caretta - 3º Colegial